União que completou 65 anos neste mês de setembro é exemplo de resiliência e afeto
Há 65 anos, Severino e Gema fizeram o seguinte juramento um ao outro: “Na alegria e nas dificuldades, na saúde e na doença, amando e respeitando por toda a vida”. Uma cerimônia simples, sem muitos convidados e nem sequer uma foto para mostrar aos filhos, porém, na lembrança do casal, está viva a recordação de uma das datas mais importantes de suas vidas.
Foi no dia 5 de setembro de 1959, na comunidade de Lajeado Manso, interior de Ipumirim, que Gema Bonissoni e Severino Baron, disseram “Sim” ao amor e a Deus. A história do casal começou na infância. As famílias moravam vizinhas, na mesma comunidade. Severino e Gema brincaram juntos quando crianças e depois, já adolescentes, descobriram o amor um pelo outro. Alguns anos depois se casaram. Ele com 19 e ela com 18 anos.
Iniciaram a vida conjugal na residência dos pais de Severino até construir a primeira casa, ainda nas terras da família e com muitas dificuldades. “A gente não passava fome, colhia e comia daquilo que plantava, não tinha muita diversidade, mas o que eu mais lembro era do frio. A gente costurava a própria roupa. Não tinha calçado, eram poucas peças e os filhos usavam um do outro. Foram tempos difíceis”.
Severino conta que da casa dos pais, o casal foi trabalhar de agregado numa propriedade que ficava num ponto mais alto da comunidade. “Trabalhamos cinco anos para ‘pagar a parte’ da produção. Depois, voltamos a morar na terra do meu pai e ali construímos uma casa maior”. Nessa fase da vida do casal, a família tinha aumentado com a vinda dos filhos, um total de seis: três homens e três mulheres e logo se mudaram novamente, dessa vez para a casa do pai de Severino, que resolveu tentar a vida na cidade comprando uma casa para transformar em hotel, o primeiro no município. “Algum tempo depois, o pai vendeu a terra no interior e nos ofertou um terreno próximo da cidade. Nos mudamos, trabalhei por dois anos em um britador e depois ingressei na prefeitura, onde fiquei por 20 anos, até me aposentar”.
Gema cuidava da casa e dois filhos. Os seis filhos lhe deram dez netos e até agora já são 11 bisnetos. Uma história feliz, marcada pelo respeito, companheirismo, pela calma e compreensão. “Quando eu falava alguma coisa para ela, ela me ouvia, quando ela me dizia alguma coisa eu respeitava. Assim a gente sempre foi se entendendo”, conta Severino. Dona Gema completa: “A gente sempre teve uma vida simples, mas muito feliz. Criamos uma família e temos a benção de poder estar aqui para aproveitar os momentos com eles”, finaliza.
A trajetória do casal Gema e Severino é também a história de muitos outros casais. Pessoas que são exemplos de fidelidade e de compromisso. Que respeitam o casamento como um sacramento sagrado.
A renovação dos votos não aconteceu aos 25 anos, mas teve comemoração nos 50, 60 e agora nos 65 anos. A família já pensa com entusiasmo na próxima comemoração, que além de celebrar, também é um momento de gratidão a Deus.
Por: Juliane Rell/OJ
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