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Setor de avicultura de SC em risco

Publicado em: 23/05/2025 15:13

Caso suspeito de gripe aviária em Concórdia permanece em investigação. Em Ipumirim, infecção foi descartada

Setor de avicultura  de SC em risco

O setor de avicultura está passando por momentos delicados em todo Brasil, o que inclui também o município, o Alto Uruguai Catarinense e o Rio Grande do Sul, com impacto direto nos planteis de aves e nas exportações da proteína para cerca de 20 países. Na região da Amauc, dois casos suspeitos da gripe aviária foram registrados, sendo Concórdia (sob investigação) e Ipumirim (caso descartado), além da suspensão da agroindústria concordiense e de Seara de exportar carne de frango principalmente para a China, o maior comprador do produto. Os governos federal, catarinense e gaúcho e entidades representativas já adotam medidas sanitárias para barrar a doença.

Informações divulgadas nesta semana pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), impactaram fortemente a produção de frangos da Amauc. A primeira foi o caso suspeito de gripe aviária em uma granja comercial em Ipumirim. Após coleta de material para análise pelos técnicos da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), foi descartada a doença ainda na quinta-feira, 22.

Já a suspeita de gripe aviária em Concórdia está sob análise dos técnicos que coletaram material de uma ave criada em uma pequena propriedade de subsistência, ou seja, um animal mantido em ambiente doméstico. Até o fechamento desta edição não havia informações do resultado dos exames.

Pelos dados do Mapa, com o aparecimento dos casos suspeitos e confirmados da gripe aviária em todo Brasil, ouve restrições de pelo menos em 20 países, que cancelaram as exportações por aproximadamente 30 dias, o que inclui a China, principal comprador da proteína catarinense. Concórdia e Seara também foram afetados pela decisão do governo chinês, onde estão incluídos na lista de 59 frigoríficos desabilitados para exportar a carne de frango, além dos municípios de Nova Veneza, Quilombo, Forquilhinha, Maravilha, São José, Itapiranga, Xaxim, Videira, Itajaí, Guatambú e Chapecó.

Nota técnica do Governo de SC

Diante da confirmação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) de um foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no município de Montenegro, RS, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) de SC e Cidasc, emitiram a Nota Técnica n.º 001/2025 com medidas sanitárias visando garantir a proteção do Estado e dar segurança aos países importadores.

Medidas de biosseguridade

O alerta é máximo para que a avicultura comercial reforce as medidas de biosseguridade e intensificação de defesa sanitária, entre elas análise da movimentação e produtos de origem animal vindos da região do foco; vigilância ativa em propriedades que receberam animais daquela região nos últimos 30 dias e orientação aos Postos de Fiscalização Agropecuária (PFFs) da divisa Sul do Estado.

Impacto social e econômico

A Secretaria da Agricultura de SSC e Cidasc alertam que o momento requer atenção máxima e, diante da importância econômica e social da avicultura para o Estado, a adoção dessas medidas é de extrema relevância. A depender da evolução do cenário epidemiológico, novas medidas poderão ser adotadas pela Cidasc para proteger a avicultura catarinense.

Comunicação imediata

A orientação da Cidasc, é que aves mortas ou com sinais clínicos da doença não devem ser manipuladas e a comunicação deverá ser imediata pelo sistema Sisbravet. Os sinais clínicos de Influenza Aviária são neurológicos, dificuldade respiratória, secreção ocular, andar cambaleante, torcicolo ou girando em seu próprio eixo, ou mortalidade alta e súbita.

Por Odair José Paz/OJ

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